Aplicar corretamente estas listas de trabalho na gestão preventiva permite trabalhar por meio de uma ordenação metodológica que assegura o correto funcionamento dos ativos críticos, assim como a operação estratégica de toda a empresa.
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Temos visto, em oportunidades anteriores, como o sucesso de uma empresa é médico a partir da conjunção de diversas variáveis, tais como a eficiência operativa, a presteza logística, a capacitação do seu capital humano, e a modernidade de sua infraestrutura, entre outras.
Dentro destes fatores está a capacidade que tem, tanto a organização como os seus líderes, de assegurar o correto funcionamento e manutenção dos ativos. Ações e princípios que resultam fundamentais para garantir tanto a continuidade operativa como o cumprimento das obrigações contratuais assumidas com os clientes.
Para assegurar tal continuidade, é necessário que os gerentes de operações estabeleçam uma metodologia de trabalho precisa, e estruturada sobre a base do que se conhece como “rotas de manutenção”.
A partir delas, é possível estruturar processos de inspeção, e eventual reparação ou substituição, de ativos críticos para o posicionamento competitivo de toda a empresa.
Conceitos e valor estratégico
Mas, o que se entende por “Rota de Manutenção”?
Essencialmente, são listas ou fichas predeterminadas e geralmente associadas a uma ordem de trabalho ou registro de manutenção preventiva. Nelas se resumem diversos atributos próprios desta atividade, entre os quais se encontram os seguintes indicadores:
- O lugar onde deve ser realizada a respectiva ação de manutenção.
- Os tipos de processos de apoio que vão ser realizados (como, por exemplo, trabalhos de inspeção, operações de limpeza, ou atividades de troca de peças, entre outras ações possíveis).
- As habilidades exigidas para realizar as ações de manutenção (necessita-se de um técnico de eletrônica, um especialista em automação, ou um soldador de estruturas de aço, por exemplo).
A importância de uma rota de manutenção reside, como seu nome indica, na sua capacidade de traçar uma “rota” lógica. Ou seja, para dar coerência e ordem metodológica racional em todo o processo.
Deste modo, o pessoal técnico encarregado de realizar dita tarefa pode atuar de acordo com parâmetros precisos e previamente estabelecidos. Eles vão facilitar a execução da tarefa, permitindo à organização reduzir custos monetários e o gasto de horas de trabalho.
Para aplicar com sucesso uma ficha deste tipo, na realização da operação de manutenção, seja de um ou vários equipamentos, deve ser seguida uma ordenação lógica específica e previamente determinada.
Isto implica identificar corretamente a ordem que estas rotas terão, transferindo-a para um documento padrão e atribuindo-lhes o respectivo código. A partir deste código, os técnicos poderão atuar em campo, realizando as respectivas tarefas de acordo com uma ordem de prioridade.
Componentes
A partir desta ordenação lógica, as folhas de rota podem descrever os passos individuais que a equipe deve executar, para que assim possa executar oportuna e eficientemente as inspeções, reparações e demais tarefas que foram parte de toda a gestão de manutenção eficiente.
Além disso, como essas listas são organizadas e atualizadas periodicamente, também será possível ter um estoque relevante de peças de reposição, bem como as ferramentas necessárias para a execução da obra.
Do mesmo modo, a partir deles, o tempo de execução e conclusão de cada tarefa de manutenção pode ser determinado com precisão. Uma vantagem que também garante que a equipe técnica responsável realize essas atividades em um prazo limitado e sem desperdício de recursos materiais, monetários e humanos.
Para garantir o cumprimento destes objetivos, toda ficha de rota de manutenção deve ser estruturada de acordo com os seguintes componentes essenciais:
Operação
Neste campo estão incluídos os códigos que descrevem a ordem que toda a operação deve ter dentro da rota geral de manutenção.
Tipo de operação
Refere-se ao tipo de operação que está sendo realizada. Trata-se de um campo prioritário e que deve ser conhecido por todos, para que a empresa e suas equipes possam organizar o trabalho de acordo com um calendário preciso.
Processo
É o tipo de manutenção específica que vai ser realizado. Por exemplo, troca de filtros, limpeza de caldeiras, reparo de sistemas de ventilação, inspeção de correias transportadoras ou substituição de grupos geradores, entre outras tarefas possíveis.
Estado
Indica se o registro da operação realizada é atual ou se está em fase de teste.
Data de início
Neste campo, são especificadas a data e hora do primeiro dia em que a respetiva operação de manutenção começou a ter efeito.
Descrição
Realiza-se uma descrição detalhada de toda a operação de manutenção, desde o seu início até a sua finalização, incluindo cada um dos passos realizados durante ela e o resultado final.
Observações
É o campo onde qualquer informação adicional que o pessoal da manutenção precisa conhecer deve ser ingressada. Por exemplo, o estado da máquina antes, durante e depois do processo, as eventuais falhas que não foram possíveis de ser identificadas ou consertadas durante o processo.
Revisão
É o campo onde a correta revisão do documento é identificada, para alertar sobre possíveis erros cometidos durante a preparação ou preenchimento da própria ficha. Geralmente fica na responsabilidade do pessoal de supervisão sênior.
Nota de revisão
Descreve-se detalhadamente o porquê é realizada a revisão.
Tipo de inspeção de qualidade
São determinados os parâmetros de qualidade que registram as realizações e os critérios de aprovação da operação de manutenção realizada.
Padrão
É o valor que cataloga um registro de operação como trabalho padrão ou não padrão. Por exemplo, se se trata de uma operação de manutenção preventiva regular ou de uma ação reativa devido a alguma contingência.
Modelo
Neste ponto é identificado o modelo associado.
Evolução digital
Ainda que a indústria tenha tradicionalmente recorrido a várias formas mecanizadas, mais ou menos eficazes, para realizar esta tarefa, o crescente ritmo competitivo do mercado exige a modernização tanto do desenho como da implementação de vias de manutenção.
Isso implica que não é mais possível contar apenas com formulários preenchidos à mão ou em planilhas em formato Excel, pois o seu preenchimento requer mais tempo e também estão sujeitos a um alto percentual de erro humano.
Deste ponto de vista, é necessário que as empresas modernas deem passos decisivos na digitalização destes processos, incorporando novas tecnologias que os tornem mais eficientes.
Uma gestão eficaz das rotas de manutenção, a partir da sua digitalização, não somente vai melhorar significativamente a produtividade dos técnicos de campo, mas também o mesmo processo geral produtivo. Com isso, se vai otimizar o rendimento global da organização e, consequentemente, a satisfação dos clientes ou usuários finais.
Para garantir uma correta aplicação ágil das rotas de manutenção, a indústria digital oferece atualmente diversas opções de softwares especializados, cujas características de desenho podem variar, de acordo com as especificações ou requerimentos de cada empresa específica.
Estes softwares profissionais permitem, por exemplo, anexar assinaturas e comentários sobre peças que estejam faltando, monitoração online de componentes substituídos, detecção instantânea de falhas e funções ou ferramentas que potencializam ao máximo as capacidades do pessoal para fazer um bom trabalho.
Tais características são traduzidas em vantagens decisivas em termos de agilidade, tanto na aplicação de processos cotidianos de manutenção como na capacidade de resposta frente às contingências e falhas inesperadas de ativos críticos.
Supõe, mesmo assim, uma melhor plataforma de treinamento para o capital humano encarregado dos processos, o qual pode se familiarizar mais com a gestão das ferramentas digitais que, definitivamente, vão potencializar decisivamente as suas competências e habilidades.